quarta-feira, 18 de abril de 2012

Acadêmicos "radicais"

Slavoj Zizek, como sempre, não deixa pedra sobre pedra:
A grande maioria dos acadêmicos "radicais" da atualidade silenciosamente conta com a estabilidade de longo prazo do modelo capitalista norte-americano, tendo como seu maior objetivo profissional uma posição de trabalho segura (um surpreendente número deles até aplica na bolsa de valores). Se há uma coisa de que genuinamente têm medo é uma mudança radical no modo de vida (relativamente) estável das "classes simbólicas" nas sociedades ocidentais desenvolvidas. Seu excessivo zelo politicamente correto quando estão lidando com sexismo, racismo, exploração dos trabalhadores, e assim por diante, é, portanto, no final das contas, uma defesa contra sua mais profunda identificação, uma espécie de ritual compulsivo cuja lógica oculta é: "Falar o máximo possível sobre a necessidade de uma mudança radical, para nos assegurarmos de que nada realmente vai mudar!".
Slavoj Zizek: Às portas da revolução: escritos de Lênin de 1917. São Paulo: boitempo, 2005, pág. 178-9

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