sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Cavalos X Carroças

Estamos, aqui no Rio Grande do Sul, em plena semana farroupilha. Sobre o significado de se comemorar (??) uma data e um acontecimento como este, nem me darei o trabalho de escrever. Muita gente tem sistematicamente escrito e criticado a efeméride e acredito inclusive que fazem isto melhor que eu. Para quem não leu, recomendo o texto do Cristóvão Feil, que você pode ler aqui.
Mas, para não deixar passar em branco, vamos comparar duas coisas que acontecem pela mui leal e valorosa cidade de Porto Alegre.

a) Como todos os jornais e portais de notícias divulgaram, calcula-se que nesta quinta dia 20 de setembro, durante o feriado e desfile farroupilha, 10.000 pessoas e mais ou menos 4.500 tradicionalistas a cavalo desfilaram e passearam pela cidade em direção aos Parques Marinha do Brasil e Harmonia. Sim, mais de 4.000 cavalos andaram para lá e para cá pelas ruas da cidade.

Foto: Miguel Noronha/Agência Freelancer


b) No segundo semestre de 2008, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou um projeto de lei que instituiu o programa de redução gradativa dos veículos de tração animal (VTAs) e de tração humana (VTHs), estabelecendo um prazo de oito anos para se chegar à proibição total e definitiva. Em outras palavras: em nome do higienismo e do bem-estar dos animais, se proibiu carroças na cidade. Uma das intenção é que durante a Copa do Mundo em 2014 estrangeiros não vejam estas "cenas vergonhosas".




Pergunta simples: por que gaúcho à cavalo pode e carroceiro não? Por que a primeira cena é aceitável e a segunda não? Por acaso, só por acaso, teria relação com o fato de que os carroceiros são pobres?

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